quinta-feira, 11 de março de 2010

Domador de cachos



Na infância fui uma menina enfezada, meu deuss, como eu chorava quando penteava meu cabelo. Cabelos longos e cacheados, mamãe brigando por eu estar assanhada, e o pente meu pior inimigo apertando os nós do meu cabelo, que caía e a fazia doer meu coro cabeludo com os puxões do pente. O pior é que o pente estava na minha mão, e ela se irritava com os cabelos embaraçados.
Chorava irritada com minha cabeleira, descontava a raiva com o pente na cabeleira como se não fosse minha, a dor em mim fazia sentir-me agredida pelo pente na mão que precisava ser firme, se não a cabeleira não se comportava. Um belo dia surgiram nas prateleiras do supermercado cremes para pentear, eram como um serviço de segurança pública para amenizar o conflito entre minha mão e meus cachos. como se minha cabeça, um leão feroz descontrolado, que ao mesmo tempo chorava de dor e enviava mensagens para que minha mão agisse mais firmemente tivesse em fim encontrado um domador. O domador de cachos, mudou minha relação com minha vasta juba. A partir daí o carinho por minhas madeixas cresceu no meu consciente, minha mão passou a acariciá-las e o pente foi substituído por um instrumento de dentes largos. Meus cabelos são meus amigos, por isso não frito eles em chapas quentes.

quarta-feira, 10 de março de 2010

físico-psico-social

Atravessei o caminho da guerra psicológica
para garantir a lógica nas minhas atitudes e
o auto reconhecimento de minhas virtudes.
bati com os pés no chão gritando por amor,
amor fraterno era o que eu pedia chorando,
carinho e compreensão o que explodia no meu vulcão de emoção.
Fiz menções de morte,
chutei a sorte,
fiquei sem norte.
Em meio ao caos eu rezei.
rezei baixinho,
contei que não queria a realidade como tal.
pedi ajuda contra o mal,
depois fiquei muda.
Um ano depois minha rotina era outra.
tenho tudo o que uma pessoa precisa para ser feliz,
não tenho sonhos megalomaníacos,
mas sei por onde farei minha parte.
Arte.

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